O tambor surdo é um membranofone cilíndrico de grandes dimensões com som profundamente grave. Pode ser feito de madeira ou de metal e possui peles em ambos os lados. São chamados de surdos, segundo D’Anunciação (2006), pela ausência “obrigatória” de cordas acopladas a qualquer uma de suas membranas.

O instrumento é constituído pelas seguintes partes: fuste, que é o corpo do instrumento e sua caixa acústica, podendo ser feito de alumínio zincado, madeira ou outro material que proporcione uma boa acústica; aros, arcos estreitos que são encaixados na parte superior e inferior do fuste e servem para mover os arquilhos e apertar ou afrouxar as membranas a fim de afinar o instrumento; arquilhos, que também são arcos estreitos nos quais as membranas superior e inferior são afixadas; membranas, feitas de pele de origem animal ou sintética, são distendidas em ambos os lados do fuste, sendo a superior, onde se percute, chamada de ‘pele de toque’ e a inferior de ‘pele de resposta’; e, por fim, as tarraxas de afinação, que tem a finalidade de mover as membranas com o intuito de afiná-las.

O tambor surdo tem a mesma estrutura que a de um tambor tenor, com proporções ampliadas aleatoriamente para o uso no conjunto que forma as baterias das escolas de samba. A forma cilíndrica do fuste, que possui um comprimento maior do que o diâmetro, gera o timbre denso com a tessitura grave que lhe é característica. Para tocar, o instrumentista pode utilizar uma única baqueta de ponta macia coberta de feltro; a outra mão, sem baqueta, deve se encarregar de controlar a reverberação da membrana e articular outras entonações tímbricas produzidas pelo contato direto da mão com a membrana. O instrumento também pode ser tocado com duas baquetas.