A viola-de-cocho é um cordofone, cujo som é obtido com o dedilhar de suas cordas. Geralmente possui cinco ordens de cordas, denominadas prima, contra, corda do meio, canotio e resposta, sendo afinadas de dois modos distintos: canotio solto (lá-mi-si-lá-ré) e canotio preso (lá-mi-si-sol-ré), de baixo para cima. Apresenta dois ou três pontos (trastes). Quando possui três, o intervalo musical entre eles é de semitom; quando possui dois, o primeiro dá um intervalo de um tom e o segundo, de semitom. O nome “cocho” refere-se à técnica de escavação da caixa de ressonância em uma tora de madeira inteiriça, como na fabricação dos recipientes para alimentação de gado. O cocho é talhado em formato de viola e são afixados um tampo e as seguintes partes que o constituem: cavalete, espelho, paiêta, rastilho e cravelhas. O modo de produção é totalmente artesanal, o que define as variações que podem ser encontradas.
Esta viola-de-cocho, confeccionada na Região Centro Oeste, integrante do acervo do Instituto Moreira Salles – IMS, pertenceu a Antônio André de Sá Filho (Rio de Janeiro, 21 de março de 1906 – Rio de Janeiro, 2 de julho de 1974). Conhecido como André Filho, o compositor, arranjador, multi-instrumentista (piano, violão, bandolim, violino, banjo, percussão), radialista e cantor é o autor de “Cidade Maravilhosa” (1934), que se tornou um hino da cidade do Rio de Janeiro e o tradicional fechamento de seus bailes carnavalescos. Com a criação do Estado da Guanabara, “Cidade Maravilhosa” foi instituída como “marcha oficial da cidade do Rio de Janeiro”, por meio da Lei n. 5, de 5 de maio de 1960.
Para saber mais, acesse o site de André Filho no domínio do IMS: https://ims.com.br/titular-colecao/andre-filho/
E ouça a obra: Cidade Maravilhosa
Compositor: André Filho
Intérprete: Aurora Miranda
Fonte: Vídeo publicado no canal do Youtube Gustavo Lopes com o título de “Aurora Miranda e André Filho | Cidade Maravilhosa (1934) · Áudio bruto”.