O violino é o membro soprano da família dos cordofones de arco, que inclui a viola e o violoncelo. O instrumento possui grande capacidade de som sustentado e grande gama de expressão e intensidade. Geralmente, a sonoridade do violino é obtida por meio do deslizamento suave do arco sobre as cordas; as vibrações são transmitidas através do cavalete para o tampo harmônico e em seguida através da alma para o fundo. O violino de quatro cordas, que já era conhecido em 1550, foi precedido por um de três cordas. Este último era uma mistura do rebec, da rabeca renascentista e da lira de braccio (forma desenvolvida de rabeca). No século XVI, despontou a escola italiana de fabricantes de violinos (Andrea Amati em Cremona, Gasparo de Saló em Brescia), que realizou adaptações e aprimoramentos no instrumento. Estas modificações foram importantes para que a estrutura do violino pudesse permitir que os instrumentistas executassem as composições dos autores do século XVII, mais exigentes, particularmente em óperas, sonatas e concertos. No século XIX, orquestras e salas de concerto exigem mais do potencial sonoro do instrumento e os luthiers do período aprimoraram ainda mais as técnicas de fabricação. Em 1800, a forma e a técnica do violino já estavam padronizadas, apesar da queixeira ter sido inventada e acrescentada por volta de 1820, por Spohr. No entanto, esta foi considerada uma modificação de menor importância. Na contemporaneidade, o violino sofre ainda algumas adaptações: reforço interno, cavalete mais elevado, braço em ângulo mais agudo em relação ao corpo (para permitir maior tensão nas cordas) e espelho mais longo (para alcançar notas mais agudas). O repertório atual do violino é extenso: sonatas, música de câmara, concertos, peças ligeiras, peças que buscam exibir um alto nível técnico, entre outros. Além disso, assim como outros cordofones de arco, o violino pode atualmente ser amplificado eletronicamente e, neste caso, possui estrutura vazada, com diferentes formatos. Os inventários anteriores do Museu Delgado de Carvalho informam que este exemplar do Museu participou da Exposição Universal de Paris de 1889, onde foi premiado com a medalha de prata. As exposições universais começaram a ocorrer no final do século XIX, em um contexto de avanços na metalurgia e na siderurgia, e consolidação do uso da eletricidade e do petróleo. É também nesse momento que empresas e governos começaram a financiar pesquisas científicas com o objetivo de tomar a dianteira na competição internacional. Entre os objetivos principais dessas exposições, estão o desejo de mostrar a força do sistema fabril e de seus inventos e de expor tudo o que dizia respeito à atividade humana, com destaque para as máquinas e os novos inventos. O Brasil participou de várias exposições universais, mas a participação mais significativa ocorreu na Exposição de Paris de 1889 (exposição da qual este violino do Museu fez parte). O pavilhão do Brasil, em 1889, possuía três andares; no segundo andar foram expostas litografias, gravuras, livros e objetos da vida burguesa em geral, como malas e valises, vestuário e delicadezas de seda. Este andar procurava demonstrar requintes culturais. Era o andar do Brasil letrado e erudito, local onde este violino do Museu pode ter sido exposto.