Instrumento: Violão
Obra: Prelúdio III
Compositor: Heitor Villa-Lobos
Intérprete: Adriana Ballesté
Fonte: Áudio extraído do CD Chuva no Mar, da violonista Adriana Ballesté.
O violão é um cordofone cujo som é obtido pelo dedilhar ou pelo rasqueado de suas cordas. Desde a Idade Média diversos instrumentos de cordas dedilhadas aparecem em textos e ilustrações, mas nada que remeta diretamente ao violão. Apesar de diversas teorias, não existe ainda um consenso sobre a origem do instrumento. No século XIV dois instrumentos muito parecidos com o violão eram tocados na Europa: a guitarra mourisca e a guitarra barroca. No século XVIII surge o violão, também chamado na época, em língua portuguesa, de “viola de seis ordens”, “viola francesa”, “guitarra franceza” e como é conhecido hoje “violão” (viola grande). O violão clássico moderno tem tradicionalmente seis cordas (podendo ter até 12 cordas). É composto por uma caixa de ressonância de madeira em forma do numeral ‘oito’, um tampo harmônico de madeira, uma roseta (boca) arredondada, paredes laterais curvas, e a parte traseira plana. A afinação padrão é: mi2, lá2, ré3, sol3, si3, mi4.
No Brasil, logo após o descobrimento, vieram de Portugal diversos instrumentos musicais, contudo, com a chegada da Corte Imperial no Brasil, em 1808, a quantidade de instrumentos e de partituras se multiplicaram e logo os instrumentos começaram a ser fabricados em solo brasileiro. Diversas fontes de época mencionam em textos e ilustrações instrumentos de cordas dedilhadas presentes no Brasil, tais como: alaúde, bandolim, cítara, guitarra, harpa, machinho (que deu origem ao cavaquinho), tiorba, viola (que em português designa tanto o instrumento de cordas friccionadas, como o instrumento de cordas dedilhadas) e o violão. “O violão foi rapidamente incorporado aos hábitos da elite social fluminense, sendo praticado tanto no Palácio da Boa Vista, quanto nos salões do século XIX” (Taborda, 2021, p. 85). No século XX o violão alcança uma popularidade em todo o mundo tanto como instrumento acompanhador de canções quanto como instrumento solista. Nos primeiros anos do século XX Quincas Laranjeiras (Olinda, 8 de dezembro de 1873 – Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 1935), João Pernambuco (Petrolândia, 2 de novembro de 1883 – Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1947), Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 – Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) e Américo Jacomino (São Paulo, 12 de fevereiro de 1889 – São Paulo, 7 de setembro de 1928) se destacam nas composições e na execução de um repertório solista para o violão.
O violão, integrante do acervo do Museu Villa-Lobos, pertenceu a Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 – Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959). Segundo Hugo Pilger, o instrumento “teve um papel preponderante na vida musical de Villa-Lobos”, que o “dominou com maestria, chegando a ser considerado um virtuose”, e para o qual compôs importantes obras do século XX, como os doze “Estudos”, os cinco “Prelúdios”, a “Suíte Popular Brasileira”, o “Choros n. 1”, e o Concerto para violão e orquestra Fantasia Concertante (1951).
BALLESTÉ, 2009.
BETHENCOURT; BORDAS; CANO; CARVAJAL; SOUZA; DIAS; LUENGO;
BRANDÃO, 2013.
GROVE MUSIC ONLINE, 2021.
MIMO, 2014.
PILGER, 2012.
ROLLA, 1974.
SOARES, 1990.
TABORDA, 2004.
TABORDA, 2021.