A sitar é um instrumento comum no sul da Ásia e é utilizada em diversos contextos como na música dos tocadores rurais itinerantes, em orquestras modernas de rádios e filmes, em música de câmara, na música mulçumana e hindu, nos palcos de concertos públicos, além de ser veiculado pelas mídias urbanas. A sitar tornou-se, ao longo de sua história, um instrumento imbricado à cultura indiana, porém sua origem remete aos imigrantes turcos e persas – o nome sitar vem da palavra persa “sihtãr” que significa “de três cordas”. Estes imigrantes turcos e persas trouxeram para a Índia sua música e seus instrumentos durante o Sultanato Mulçumano de Delhi (1192-1526). Entre os instrumentos trazidos pelos imigrantes estava o tambur, ancestral da sitar, uma espécie de alaúde de braço longo, caixa de ressonância de madeira ovoide ou em forma de pera, cravelhas na lateral direita e/ou na parte da frente inseridas diretamente no braço, tampo harmônico de madeira, cordas de tripa ou de fibra, com ou sem trastes. No século XVII, durante o Império Mongol, o tambur passou a ser denominado de tanburah e se disseminou entre os músicos hindus. Foi na Índia do século XVIII, ainda durante o Império Mongol, que a sitar tomou sua forma moderna como instrumento solo na música erudita indiana. A sitar moderna tornou-se maior, a largura do braço diminuiu e este passou a ser reto e não pontiagudo como antes, e a caixa de ressonância tornou-se bojuda. Atualmente, existem muitos tipos de sitar, porém o tipo mais comum é a sitar de concerto com sete cordas, até doze cordas simpáticas e com vinte trastes móveis. O exemplar do Museu possui características que indicam tratar-se de uma sitar com algumas características de tambura, ou seja, apenas cinco cordas (sem cordas simpáticas) e cravelhas com pontas esculpidas em forma de folhas de trevo. A sitar moderna possui cravelhas grossas e arredondadas, com uma parte superior sem ornamentos, mas também com algumas características da sitar moderna, ou seja, cordas de aço e tocadas com mizrab.