O instrumento foi feito no corpo de uma bengala sendo uma espécie de violino-bengala. A parte da frente (estandarte, espelho, cravelhas, cavalete e tampo harmônico) fica abaixo da metade superior da bengala, que se constitui de um pedaço de madeira removível. A extremidade superior da bengala também é removível, e contém um anel de metal que se encaixa em outra parte de metal que se encontra na caixa de ressonância propriamente dita. As cravelhas foram substituídas por pinos, que neste tipo de instrumento são ajustados com uma chave. O arco é guardado dentro da bengala oca, ou seja, dentro da caixa de ressonância do instrumento.
O promenade violon é o resultado da fusão entre um violino e uma bengala. O termo em francês “promenade” quer dizer passeio, e indica que o instrumento foi construído com o objetivo de ser um violino portátil, de fácil transporte, assim como uma bengala. Durante o século XIX, eram comuns na Europa os utensílios resultantes da fusão de outros objetos – tais como uma arma, um guarda-sol – com uma bengala. Essa moda também atingiu a construção de vários instrumentos musicais, especialmente violinos, flautas e clarinetes, que foram construídos nesse formato. Apesar da construção de “instrumentos-bengalas” ocorrer desde a Renascença, foi mesmo durante o Romantismo que a prática atingiu seu auge. Na Europa desse período, havia um grande interesse por novidades, além de riqueza e tempo livre para a construção e utilização de bens de luxo. Como a sonoridade desses instrumentos era bastante limitada, na maioria das vezes o uso era feito por amadores que se interessavam por música ao ar livre. Promenade violons como o exemplar do Museu continuaram a ser produzidos na Alemanha até a virada do século XX.
BASE MINERVA, 2014.
BETHENCOURT; BORDAS; CANO; CARVAJAL; SOUZA; DIAS; LUENGO; PALACIUS; PIQUER, ROCHA, RODRIGUEZ; RUBIALES; RUIZ, 2012.
BRAGA, 1973.
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ROLLA, 1974.
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