PioNão identificado | MVL



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Descrição
Existem diversos instrumentos denominados pio, muitos deles são de sopro como apitos. Porém, os pios presentes no Museu Villa-Lobos e utilizados na obra do compositor Heitor Villa-Lobos têm características particulares e são constituídos de uma vareta fina, com cerca de 35 a 45 centímetros de comprimento, pontiaguda na extremidade superior. A vareta é fixada em uma pequena base que serve de apoio ou resistência para o ato de fricção usado para produzir o som, realizado com um pequeno pedaço de couro. O instrumento não possui afinação determinada. O nome pio deriva de sua entonação tímbrica que se assemelha ao pio de uma ave.
Para tocar, o instrumentista prepara a haste de madeira com uma resina própria que facilita a fricção, que é feita com um pedaço de couro – também preparado com a mesma resina –, conseguindo assim a emissão do som desejado.
Para saber mais
Segundo o percussionista Luiz D’Anunciação, autor do livro “Os Instrumentos Típicos Brasileiros na Obra de Villa-Lobos”, o pio é usado por certos povos indígenas como chamariz de caça. Villa-Lobos utilizou-o como instrumento de percussão, com a intenção de introduzir a simplicidade de um instrumento que representa a presença da cultura indígena brasileira em sua obra. O compositor o introduziu na 4ª Suite do Descobrimento do Brasil, nos Choros n. 9 e na Sinfonia n. 10 - Ameríndia.
Uma curiosidade sobre a execução do pio, relatada por D’Anunciação em seu livro, é a de que algumas vezes, em orquestras comandadas por Villa-Lobos, os músicos quebravam o instrumento acidentalmente ao tocá-lo, em virtude de sua fragilidade, o que fazia com que o maestro largasse a batuta para executá-lo, demonstrando seu empenho em manter a fidelidade original de suas composições.
Dados gerais
Classificação
13 Idiofones de fricção
Dados do exemplar
Código
mvim_mvl_id_007
Data
Primeira metade do século XX
Local de fabricação
Fabricante / Autor
Localização
Museu Villa-Lobos
Bibliografia
ANUNCIAÇÃO, 2006.
GIANESELLA, 2012.
MIMO, 2011.
GIANESELLA, 2012.
MIMO, 2011.
Notas
Nº no catálogo do acervo do Museu Villa-Lobos - 2010.09B.001