O termo chocalho, de cunho genérico, refere-se a um grupo de idiofones com função de adorno sonoro e/ou apoio rítmico linear, que produzem uma entonação tímbrica não alinhada ao sistema da tonalidade. Podem se apresentar de duas maneiras: na forma de um corpo oco preenchido com bolinhas ou sementes, que produzem sons ao se chocarem contra as paredes internas ao agitar ou percutir o instrumento, ou estruturados com elementos fixados no lado externo de seu corpo, como sementes, contas, conchas, pedras ou pedaços de vidro, por exemplo, que com o mesmo movimento de agitação ou percussão emitem sons.
A confecção dos chocalhos pode envolver diversos materiais como madeira, plástico, metal, frutos (cabaça ou coité, coco). Esse exemplar, que faz parte do acervo do Museu Villa-Lobos, é uma vagem cujas sementes se desprendem em seu interior, após o amadurecimento e posterior ressecamento, que pode funcionar como um chocalho natural.
Os chocalhos são instrumentos de percussão encontrados em diversas culturas musicais ao redor do mundo. Seus nomes e formas variam em função de fatores como a língua e as tradições de cada local. No Brasil, um país de dimensões continentais, podemos ressaltar a questão do regionalismo cultural como determinante para a propriedade nominal desses instrumentos, em função da tradição folclórica a qual pertencem. D’Anunciação (2006) cita alguns exemplos, como o dos “maracás de metal, em diversos tamanhos, nos brinquedos folclóricos do Maranhão; os massaracás, manacás, massaracaias (de metal), nas Bandas de Congo no Espírito Santo; o ganzá, pau de semente (de metal), no Bambelô do Rio Grande do Norte; o ganzá ou canzá de lata nas Taieiras de Sergipe; o caracaxá e os mineiros (de metal) nas Caboclinhas do Recife”, entre outros. Todos têm a mesma cor tímbrica, que pode ser modificada se o instrumento for confeccionado em material não metálico.
BERKLEY ET AL., 2009
MIMO, 2011.