Você já ouviu falar do projeto “Brazil Instrumentarium” da UFPB? Não? Então, segue a leitura!

Daniel dos Santos

O projeto “Brazil Instrumentarium” começa com as inquietações da professora do departamento de música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alice Lumi Satomi, em torno das problemáticas organológicas em contexto brasileiro. Isto, pelo menos desde 2008, ano em que publica ”Vislumbrando uma Organologia da Música Brasileira” nos anais do Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ENABET). De 2009 a 2010, tem a oportunidade de trabalhar, enquanto pós-doutoranda, com o acervo de instrumentos musicais brasileiros do Musée des Instruments de Musique na Bélgica, uma das instituições mais importantes para o desenvolvimento da classificação de instrumentos musicais e da Organologia [para entender mais leia o artigo “As Classificações de Instrumentos Musicais: Um Breve Panorama” publicado aqui mesmo no site do MVIM]. A partir daí, a professora Satomi, cria, ainda em 2009, o projeto “Organologia das Tradições Musicais Brasileiras” (2009-2010) com a proposta de ser um:

“Intercâmbio científico, visando a apreensão da metodologia organológica utilizada pelo MIM – Museu de Instrumentos Musicais, em Bruxelas, e sua aplicabilidade ao instrumentarium brasileiro, bem como retribuir, sugerindo aquisições ou esclarecendo aspectos léxicos da coleção latinoamericana a ser visitada. Ademais da metodologia, o MIM poderá orientar na elaboração de material didático sobre os instrumentos de uso popular no nordeste brasileiro, que por ora – com base no sistema tetrapartite: idiofones, membranofones, aerofones e cordofones, prevê além da ilustração visual e iconográfica, tanto os dados musicais, amostra sonora, extensão, âmbito, tipo de conjunto, forma de tocar e outras peculiaridades de forma e construção, quanto os contextuais específicos, nomenclaturas êmicas e éticas, identidade da comunidade e da manifestação ou ritual do instrumento e gerais, enfocando não só a classificação, mas o entorno espacial, temporal e humano do instrumento.” (extraído do currículo Lattes da autora)

Em 2014, como desdobramento, é criado outro projeto com o título “Disponibilização de cartografia organológica da cultura brasileira” (2014 – 2017). Este já com a promessa de elaboração de um banco de dados virtual no qual houvesse a catalogação de “instrumentos musicais, sobretudo artesanais, utilizados nas manifestações da cultura oral” (extraído do currículo Lattes da autora). Foi então que, em 2018, esse banco de dados ganhou uma página de acesso (no próprio portal do Centro de Comunicação, Turismo e Artes da UFPB) e um nome, “Brazil Instrumentarium”. Segundo o texto de apresentação que está no site, seu objetivo é:

“(…) criar e dinamizar um espaço de consulta acadêmica e intercâmbio científico, possibilitando a atualização contínua da cartografia organológica. Isso quer dizer disponibilizar não somente os dados estruturais e acústicos dos sistemas de classificação, mas também, links ou ilustrações bibliográficas, iconográficas, fonográficas e dados contextuais, contendo a realidade geográfica, histórica e social de cada instrumento com suas utilizações, funções, estilos e cultura musical.”

A consulta do acervo se dá por meio das categorias: “Idiofones”, “Membranofones”, “Cordofones” e “Aerofones”. Cada uma leva a uma página com tabela descritiva de todos os instrumentos musicais do gênero catalogados pelo projeto e a uma lista com verbetes individuais de cada um deles.

Bem legal, não é? Que tal explorar um pouco o acervo?

http://plone.ufpb.br/labeet/contents/menu/acervos/apresentacao

Divirta-se!