Instrumento feito a partir de uma única peça de madeira com forma alongada e corpulenta. O corpo é oco por dentro, plano na frente e abaulado atrás. Existe uma abertura estreita, longa e retangular na parte traseira do instrumento. Na parte da frente, foi esculpida uma espécie de cintura e esta foi coberta por uma membrana que funciona como tampo harmônico. Uma barra de madeira está presente no interior e funciona de maneira similar à “alma” do violino ocidental. O braço se afunila ligeiramente em direção ao topo e atua também como um cravelhal para as cordas simpáticas. No cravelhal propriamente dito, estão posicionadas três cravelhas, e em sua extremidade superior foi esculpida a figura de um pássaro. Na extremidade inferior do instrumento, existe um pequeno apêndice. O arco é rígido e convexo e a tensão da crina (de cavalo) é constante. Todo o instrumento é envernizado de preto e existem decorações com desenhos de flores e pássaros em cor amarelada em sua parte de traseira. O instrumento possui oito cordas feitas de aço e latão, sendo cinco cordas simpáticas que são as cordas que não são tocadas, mas soam “em simpatia”, ou seja, por ressonância, quando as cordas principais são tangidas ou dedilhadas. As três cordas são afinadas da seguinte maneira: fá3-dó3-dó3. As cordas simpáticas são afinadas em: fá3-sol3-lá3-si3-dó4. Para tocar o sarangi, o instrumentista se senta com as pernas cruzadas e repousa o instrumento na vertical em seu ombro esquerdo. Os dedilhados são feitos pelas unhas da mão esquerda, de modo que a pressão é aplicada lateralmente. Os dedilhados variam de músico para músico, mas, em geral, o mesmo dedo pode ser usado para mais de uma nota, de modo que as características ligaduras da música vocal indiana possam ser produzidas. As cordas são tangidas pelo arco que é segurado pela mão direita. O exemplar do Museu não possui arco. O catálogo do Museu Delgado de Carvalho feito em 1905, descreve adornos de ouro por todo o instrumento; porém, atualmente, estes estão pouco visíveis.