O oboé se originou provavelmente a partir do desenvolvimento da charamela e do hautbois. Existe grande proximidade histórica entre esses dois últimos instrumentos; o termo “hautbois” que quer dizer madeira alta, comprida ou dura, foi aplicada na França e na Inglaterra à várias charamelas pequenas. A charamela é um instrumento de madeira com tubo cônico, seis orifícios e sem chaves, tocado com palheta dupla; esta é presa a uma espécie de disco posicionado na extremidade superior do instrumento chamado de pirouette. Ainda existem muitas controvérsias a respeito da evolução da charamela para o oboé. Provavelmente as mudanças ocorridas na charamela durante o século XVII deram origem a um novo instrumento denominado de hautbois, que possuía de duas a três chaves e extensão de duas oitavas. O hautbois passou por diversas modificações como o estreitamento do tubo, os orifícios que se tornaram menores, e no início do século XIX, a adição de oito chaves. Em meados do século XIX, o hautbois estruturou-se de maneira muito próxima ao oboé que conhecemos atualmente. Ainda nesse mesmo século, Josef Sellner criou um oboé com treze chaves. O oboé atual possui tubo cônico com três segmentos: a junção superior (incluindo o duto metálico onde a palheta é encaixada), a junção inferior e a campana. O instrumento é tocado com palheta dupla, que são duas lâminas de cana posicionadas face a face e presas ao duto metálico, estreito e cônico. Para tocar, o executante encaixa as extremidades livres das palhetas entre os lábios e sopra; as lâminas vibram e transmitem essa vibração à coluna de ar presente dentro do corpo do instrumento. Além do oboé soprano, instrumento mais conhecido, a família dos oboés inclui o oboé d’amore em lá, o corne inglês em fá e o oboé barítono em dó.